Marco Feliciano sem freio


Não sou de atacar pessoas ou ministérios publicamente. Esta não é e jamais será minha intenção com nenhum post, texto, pregação ou coisas do tipo. Entretanto, não dá pra mais pra gente se calar ao ouvir certos absurdos que permeiam os arraiais da igreja evangélica brasileira. Está na hora de tomarmos algumas posturas, de defendermos nossa fé, sem a intenção de julgar ninguém, apenas apontando uma distorção no que é dito ou praticado. Por favor, insisto, este não é um ataque pessoal ao Marco Feliciano. Nem sequer vou me alongar muito nos meus comentários.

No vídeo abaixo, gravado no dia 03/11/2013 no Congresso CLAMA SUL (Parque de Exposições de Maringá - PR), Marco Feliciano conta a história do dia que um pai de santo visitou seu gabinete em Brasília. Aos 2:15, ele conta o seguinte:

"(...) ele chorou, tirou foto comigo, na hora de ir embora, ele voltou e disse: 'pastor, e tem mais, hein? A partir de hoje, ninguém mais toca no senhor'. Eu devia ter deixado ele ir embora, mas eu falei: 'éééé...por que?'. Não devia ter perguntado. Ele voltou, ele olhou mim e ele disse: 'a partir de hoje, toda sexta-feira, 600 terreiros vão 'tá batendo tambor pras nossas entidades proteger o senhor'. Quando eu fui falar, Jesus falou comigo: 'quem não é contra nós, é por nós'. Quando ele virou as costas, Jesus falou comigo: 'meu filho, quando a igreja não se levanta e não pode, eu levanto até demônio pra ser guarda-costas de pastor'".


É a velha história do texto fora do contexto. A passagem onde Jesus diz para os seus discípulos "quem não é contra nós, é por nós" pode ser encontrada no Evangelho de São Marcos 9,40 (também em Lucas 9,50). Nos versos anteriores, os discípulos estão discutindo sobre quem seria o maior entre eles. Em seguida, João conta que haviam proibido um homem de expulsar demônios em nome de Jesus porque ele não fazia parte daquele grupo que o seguia (cf. Marcos 9,38). A isso, Jesus responde: "(...) não lho proibais; porque ninguém há que faça milagre em meu nome e, logo a seguir, possa falar mal de mim" e complementa: "pois quem não é contra nós é por nós" (Marcos 9,39s).

Então, porque a igreja não ora Deus usa demônios para guardar a vida de um pastor? Sinceramente, eu dispenso. A Bíblia me ensina que: 

"O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem e os livra." (Salmo 34,7) 

"Porque aos seus anjos dará ordens a teu respeito, para que te guardem em todos os teus caminhos." (Salmo 91,11)

Como pastor, como cristão, eu me recuso a acreditar que Deus precise de um pai de santo, seus 600 terreiros e suas entidades para guardar a minha vida. Quanto mais com essa justificativa de que é porque a igreja não ora. Este conceito de batalha espiritual neo-pentecostal não possui nenhuma base bíblica. Deus me guarda e me protege porque me ama, pela sua maravilhosa Graça. É simples assim.

Pra encerrar, fica uma consideração: por acaso você confiaria em um ladrão pra ser o guarda da sua casa, do seu patrimônio? Da mesma forma, eu não quero um capeta cuidando da minha vida.

Respeitável público: Thalles no Jô

Na semana passada, Thalles Roberto foi entrevistado no Programa do Jô. Uma figura controversa mesmo no meio cristão, Thalles, que fazia parte do backing vocal da banda Jota Quest, é um dos maiores fenômenos da música gospel nacional nos últimos anos. Com 35 anos, o mineiro já foi indicado ao Grammy Latino, recebeu um Troféu Promessas na categoria revelação (2011) e seus discos já venderam milhares de cópias. Em 2012, Thalles foi consagrado pastor na igreja Sara Nossa Terra em Passos (MG), sua cidade natal.

Com esse pano de fundo, nos quase 20 minutos de entrevista no Programa do Jô, descobrimos que Thalles: come tampinhas de garrafas plásticas, fez xixi num casal de tão bêbado/drogado que estava (no passado, claro) e teve um incidente de diarreia enquanto se apresentava em Fortaleza, recentemente. Ainda durante a entrevista, teve a oportunidade de cantar duas músicas, nas quais pode mostrar o seu talento (dentro do seu estilo, obviamente) como músico e cantor.

É de causar espanto tantos cristãos criticando Thalles por ter "desperdiçado uma oportunidade", por não ter "pregado o evangelho em rede nacional", por não ter "evangelizado o Jô Soares" e coisas semelhantes. Ora, Thalles estava ali como um produto do mercado musical e, sinceramente, não creio que ele tenha tanta coisa relevante do ponto de vista bíblico-teológico pra oferecer. Ele estava ali "simplesmente" (sem ser pejorativo) como um cantor gospel de carreira meteórica. Se fosse uma outra pessoa, um pensador, um teólogo, alguém com ideias relevantes, a situação seria diferente. Muito me surpreenderia ver o Ariovaldo Ramos, o Guilherme de Carvalho, o Nelson Bomilcar, por exemplo, desperdiçarem essa oportunidade diante do Jô. Mas o Thalles? Sinceramente, ele deu o que tinha pra dar. Numa comparação, se julgarmos os homens por sua capacidade de construir um edifício, os engenheiros seriam geniais e os médicos, não.

Teologicamente, vemos o Thalles fazendo e falando tantas coisas questionáveis que eu prefiro (de verdade) que ele se limite a falar sobre as tampinhas de garrafa, xixi e cocô. Jô Soares, com todos os seus defeitos, é um cara inteligente, com amplo conhecimento cultural e que, inclusive, já leu a bíblia toda mais de uma vez. Possivelmente, iria sapatear em cima do Thalles se o papo tivesse uma vertente mais profunda. Não estou discutindo se o cara é crente ou não, se teve/tem uma experiência com Deus ou não. Suas letras e suas ministrações são suficientes para medirmos a profundidade das suas raízes.

Infelizmente, Thalleco é um produto do meio, um sintoma da doença que toma conta do meio evangélico, onde qualquer recém-convertido que tenha algum talento se torna um porta-voz, um ícone para uma geração. São cegos guiando cegos como disse Jesus no capítulo 15 do Evangelho de Mateus.

Ironicamente, a entrevista com Thalles Roberto foi exibida nas primeiras horas do dia da Reforma Protestante.

O moderno conto de Dr. Jekyll e Mr. Hyde

Meu brother Daniel Junior, manda-chuva do PipocaTv, me pediu pra escrever um texto sobre Breaking Bad para o seu site. A série é excelente e extremamente viciante. Não sou crítico de TV e minha visão é mais voltada pro comportamento humano. Veja lá...

Bons motivos para conhecer Breaking Bad


Na última semana, assisti à série Breaking Bad. Cinco temporadas seguidas, como se fosse um filme, em seis dias. Quando a série passou na TV por assinatura, não tive vontade de assisti-la por total desconhecimento do tema. Imaginava que era mais uma do tipo “polícia e ladrão”, fiz pouco caso, confesso. Entretanto, BrBa vai muito além disso. Sim, tem policiais e bandidos, drogas (fabricação, tráfico e uso), toques de violência e pancadaria, enfim, não é um seriado pra crianças. Surpreendentemente, para os padrões atuais, a série tem pouquíssimo apelo sexual, praticamente nenhum, o que é uma raridade nos dias de hoje.

O que me fez assistir aos 62 episódios em sequência é que esta série é um pouco diferente da maioria daquelas que assistimos por aí. Do primeiro ao último, os episódios de BrBa tratam da construção dos personagens, de suas características, convicções, mudanças e de como os relacionamentos entre eles são influenciados por suas atitudes. Fabricação e tráfico de metanfetamina são apenas pano de fundo para explorar a complexidade dos seres humanos e as maneiras como lidam com suas frustrações, aspirações, sonhos e, acima de tudo, relacionamentos. Somos indivíduos essencialmente relacionais e BrBa acerta na mosca ao tratar destes temas.



Os Cristãos e o RiR

Eu me segurei bastante pra não me meter na polêmica “Ser cristão X RiR” mas creio que cabe uma reflexão pastoral sobre o tema.

Um dos textos mais lindos da bíblia, não só pela forma poética, mas por ser carregado de amor e de significado, é a Oração Sacerdotal de Jesus (Evangelho de São João 17). É lá que Jesus, intercedendo ao Pai pelos seus discípulos – e por todos que viriam a crer nEle no futuro – pede o seguinte: “não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal” (v.15).

Os padrões do Reino dos Céus são inegociáveis. Não existe meio termo. É importante notar que o próprio Jesus, no famosíssimo Sermão do Monte (Evangelho de São Mateus 5-7), fez questão de mudar um paradigma muito grande que a cultura judaica de sua época preconizava: a intenção do coração é muito mais importante do que uma atitude externa. Aliás, não só no Sermão do Monte, mas em vários momentos de sua vida, em várias pregações, encontramos essa vertente.

Durante muitos anos, nos púlpitos das igrejas cristãs, foram ditadas regras de comportamento e conduta, verdadeiros códigos de usos e costumes, com um objetivo (sincero, quero crer) de evitar que o rebanho caísse em tentações. Esta prática tirou completamente o foco da verdadeira santidade. Ao invés de buscarem a Deus os cristãos estavam mais preocupados em obedecer às regras como sinônimo de cumprirem a vontade do Senhor. Resultado? Uma geração de pessoas que não conseguem discernir o bem do mal, que não conseguem pensar claramente e continuam a basear seus relacionamentos com o Pai “by the book”, seguindo um desbotado “caderno de regras”. Que tipo de pessoa essa distorção gera? Legalistas, obviamente.

Se por um lado muitas situações cotidianas foram deixadas de lado nos tais “cadernos de regras”, outras foram grafadas em gigantes letras vermelhas. O assunto música é até hoje um dos mais polêmicos, sem dúvida alguma. Basta lembrar que mesmo os pioneiros da música cristã no Brasil, que hoje são vistos com o maior respeito, tiveram seus LP quebrados na porta das igrejas evangélicas nas décadas de 70 e 80 (Vencedores por Cristo, Rebanhão, Sérgio Pimenta, entre outros). Tudo porque continham faixas de rock, chorinho, samba, entre outros.

Como cristãos, precisamos olhar para a Oração Sacerdotal de Jesus e refletirmos sobre o mundo no qual vivemos e, não, sobre os eventos musicais e/ou sociais que eventualmente frequentamos. Quero dizer que DIARIAMENTE vivemos em um mundo cercado de coisas estranhas, fora dos padrões de Deus para a humanidade e que somos confrontados a todo instante sobre nosso caráter, nossa moral e nossa fé. No ônibus, no trânsito, na escola, na faculdade, em casa, no trabalho, na rua, no RiR, na igreja, nos relacionamentos em geral, no banco, nas filas, nas festas, etc, etc, etc. “Não peço que os TIRES do mundo, e sim que os guardes do mal”. Por acaso algum de nós vive em ambientes "100% cristãos" o tempo todo? Só assistimos filmes cristãos? Seriados? Novelas? Revistas? Livros? Músicas? Seria esse o ideal de vida que o Senhor planejou para nós? Insisto, lembre-se da oração de Jesus: “não peço que os tires do mundo (...)”.

Algumas comunidades tentaram viver esse ideal de se isolarem das coisas “contaminadas” do mundo. Reuniram-se em vilarejos e comunidades herméticas, sem televisão, sem jornal, sem acesso a nada que o “mundo” oferecia. O resultado? Bem, a maldade já estava dentro daqueles portões trancados, no coração de cada homem e de cada mulher, de cada criança nascida. É inerente ao ser humano. A ideia de "Arca" fracassou.

Não fui ao RiR e, sinceramente, não foi só por estar longe do Rio. Na época que os ingressos foram vendidos não quis comprar. Gosto de alguns artistas que se apresentaram ali, não conhecia outros tantos e alguns não me agradam, seja por suas posturas ocultistas ou por suas músicas fracas (na minha humilde opinião). Bem como não gosto de filmes de terror, desses com exorcismos, bruxas, demônios e etc. Não me convide para assistir, não fazem o meu gênero. Nem por isso vou condenar um irmão ou irmã que assista. E, sinceramente, alguns desses filmes são muito mais pesados que as letras ou as apresentações teatrais do Iron Maiden, por exemplo.

Li algumas colocações que apresentaram argumentos muito interessantes contra o RiR. Outras pareciam piadas de tão desconectadas da realidade. Não dá pra separarmos, por exemplo, os artistas em "do mundo mas pode" e "do mundo mas não pode". Todos que ali se apresentaram são “do mundo”. Não podemos separar em "assistir o show do fulano pode" mas do “beltrano não pode" (evitando nomes de propósito). Do ponto de vista bíblico, são todos farinha do mesmo saco (no bom sentido, sem ser pejorativo). O Apóstolo Paulo disse que “todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm; todas são lícitas, mas nem todas edificam” (1 Carta aos Coríntios 10,23). “Não convêm” e “não edificam” não são sinônimos para “é pecado” ou “não agrada a Deus”.

Outra coisa interessante foi ler que a Cidade do Rock era um lugar onde CERTAMENTE Deus não estava. Ora, um dos atributos mais conhecidos de Deus é sua onipresença. Não existe lugar onde Ele não esteja, por mais que não concorde com o que esteja acontecendo ali. Num banco sendo assaltado, Deus está. Numa cena de homicídio, Deus também está. Isso não é sinônimo de que Ele esteja abençoando ou compactuando com o que esteja acontecendo. Entretanto, tenho certeza que Ele estará SEMPRE disposto a abençoar qualquer pessoa que esteja ali com um coração sincero e desejoso da Sua presença. Em QUALQUER lugar. O “pecado” é ter estado presente na Cidade do Rock ou ter se divertido, curtido as apresentações? Porque também existem aqueles que estiveram ali por força do trabalho e que aproveitaram para curtir. Nesse caso pode?

Tenho muitos amigos cristãos que foram ao RiR, inclusive alguns pastores. Sinceramente, não vejo mal nenhum nisso. São muito mais nocivos os comentários dos “juízes” da espiritualidade alheia que julgam e condenam tais pessoas sem conhecer suas vidas de perto, seu caráter e seus valores. Isso, sim, é pecado. Nisso, sim, Deus não está. Lembre-se que somos especialistas em julgar aqueles que pecam diferente de nós.

A verdadeira santidade não é viver se esquivando daquilo que o mundo oferece e, sim, estarmos de tal forma plantados em Deus que viver em pecado simplesmente não faça sentido. Ainda que o pecado more – ou esteja – ao lado, ao alcance das mãos, a um clique do mouse.

OBS: sei que isso pode render um milhão de discussões mas, sinceramente, não é essa a minha intenção. Só quero que, como cristãos, possamos refletir sobre o nosso papel na sociedade na qual estamos inseridos e em como temos tratado nossos irmãos, ressaltando que eles podem pensar diferente, gostar de coisas que achamos esquisitas, mas são homens e mulheres feitos do mesmo barro que nós, alvos do amor e da graça de Deus tanto quanto eu e você.

Trinta motivos pra não casar com um fotógrafo

Recebi de uma da amiga Mariana Souza (http://marisouza.com) no Facebook e colei por aqui =)


(por Clício Barroso)

 

1. Fotógrafos acordam antes nascer do sol para não perder a "hora mágica da luz".

2. Fotógrafos não frequentam happy-hour para não perder a "hora mágica da luz".

3. Fotógrafos não dão carona para seu casal amigo, pois o banco de trás sempre está cheio de equipamentos.

4. Fotógrafos não fazem viagens curtas nos fins de semana, pois o porta-malas sempre está cheio de equipamentos.

5. Quando fotógrafos falam em longa exposição, não é em praia que eles estão pensando.

6. Fotógrafos vivem cercados de modelos lindas, sensuais; provavelmente mais bonitas que você.

7. Quando olham para seu rosto maquiado, sempre acham que o brilho na testa poderia ser amenizado.

8. Quando olham para seu cabelo, sempre acham que um ventilador poderia "dar um movimento mais dinâmico".

9. Fotógrafos são egoístas e egocêntricos.

10. Fotojornalistas vão para guerras, regiões de conflito, desastres e nem sempre voltam.

11. Fotógrafos têm fetiches estranhos com equipamentos.

12. Acham que seu (deles) zoom é sempre maior que o dos outros.

13. Citam nomes estranhos que ninguém conhece.

14. Fotógrafos usam coletes esquisitos, cheio de coisas penduradas, e que não são para pescar.

15. Viram psicopatas quando você diz que fotografia é apenas apertar o botão.

16. Retocam todos os retratos que fazem do seu rosto.

17. O importante não é você estar bonita em suas fotos, mas sim "o bokeh da 165 mm f:2.8″.

18. Passam mais tempo olhando para sua foto retocada no computador do que olhando para você.

19. Fotojornalistas tem pautas no fim de semana. Todos os fins de semana.

20. Fotógrafos trabalham no Natal, no Réveillon, no verão e no inverno.

21. Quando vão para a praia, ficam fotografando os amigos surfistas.

22. Quando bebem, olham pela latinha de cerveja como se fosse uma objetiva.

23. Fotógrafos não contratam assistentes para carregar o equipamento de meia tonelada porque são machos, tem problemas sérios de coluna e passam a noite em claro, gemendo.

24. Quando saem, vão para exposições, museus e festivais, para falar mais de fotografia.

25. Quando você o leva ao cinema, enquanto você chora com o enredo romântico, ele fica analisando a luz, o enquadramento, a maquiagem, o figurino. Nunca sabe a que filme assistiu…

26. Quando dorme, ele acorda de madrugada para checar o email, o twitter, o Facebook.

27. Como acordaram de madrugada, aproveitam para postar umas fotos novas no blog.

28. Como postaram fotos novas no blog, aproveitam para divulgar no twitter. E quando você acorda de manhã, ele está voltando para a cama, acabado.

29. Fotógrafos não olham, enxergam. Mas só o que querem enxergar.

30. O importante não é você estar bonita em suas fotos, mas sim o "olhar diferenciado do artista".

Alhambra

Faz tempo que não coloco nada aqui mas essa música do Gladir e do Gerson tem realmente falado comigo. Espero que curtam.


Alhambra
(Gerson Borges & Gladir Cabral)

Queria tocar os sinos
Da majestosa catedral
Pensei em compor os hinos
Pintar as faces do vitral
Mas tu me fizeste olhar o chão
E repintar os rodapés
Silenciar em meio à sombra do jardim
E foi assim que eu aprendi
A aguardar o tempo bom
A viração do vento sul
O recomeço da estação
Para plantar, para regar, para podar
Para sonhar o renascer da floração
Perto da terra, umedecer
Em meio à horta, serenar
Tua vontade obedecer

Um dia a tristeza disse
Que eu nunca mais seria alguém
Melhor que eu me demitisse
Pulasse deste velho trem
Mas tu me fizeste olhar o céu
E eu comecei a ver melhor
Ver teu amor a envolver a minha dor
E me fazer voar além
Da torre desta catedral
Ares de Allambra, luz e bem,
Logo depois de Portugal
Beira de rio, onda do mar, vento mais frio
Luz do luar, perto da Estrela D’alva
Pra ver a Terra amanhecer
E com o sereno repousar
Onde tua mão me colocar

Meu mundo e nada mais

"Quando eu fui ferido / Vi tudo mudar / Das verdades /Que eu sabia / Só sobraram restos"

Veja no YouTube


Meu Mundo e Nada Mais
Guilherme Arantes

Quando eu fui ferido
Vi tudo mudar
Das verdades
Que eu sabia...

Só sobraram restos
Que eu não esqueci
Toda aquela paz
Que eu tinha...

Eu que tinha tudo
Hoje estou mudo
Estou mudado
À meia-noite, à meia luz
Pensando!
Daria tudo, por um modo
De esquecer...

Eu queria tanto
Estar no escuro do meu quarto
À meia-noite, à meia luz
Sonhando!
Daria tudo, por meu mundo
E nada mais...

Não estou bem certo
Que ainda vou sorrir
Sem um travo de amargura...

Como ser mais livre
Como ser capaz
De enxergar um novo dia...

Eu que tinha tudo
Hoje estou mudo
Estou mudado
À meia-noite, à meia luz
Pensando!
Daria tudo, por um modo
De esquecer...

Eu queria tanto
Estar no escuro do meu quarto
À meia-noite, à meia luz
Sonhando!
Daria tudo, por meu mundo
E nada mais...