Teoria da Relatividade

Tenho um outro post na lista pra sair, mas, depois da twittada nossa de cada dia que rolou ontem com a amiga @prisfigueiredo, resolvi escrever rapidinho sobre a *minha* teoria da relatividade.

Ontem, acabou surgindo uma discussão sobre "absoluto e relativo". Não chegou a ser bem uma discussão, mas umas quatro twittadas pra lá e pra cá sobre a máxima: "(quase) tudo é relativo, (quase) nada é absoluto". Como não dava pra me explicar muito bem nos 140 caracteres que o Twitter me permite, aqui está o post prometido:

Como seres humanos, limitados que somos, só temos como compreender os fatos que acontecem à nossa volta através da interpretação que, via de regra, é baseada em nossas próprias experiências anteriores. Além de toda essa subjetividade inerente à interpretação, ao olharmos para algum acontecimento sempre utilizamos algum tipo de "lente", de acordo com aquilo que queremos ver. Basta citar o exemplo do copo "meio cheio" ou "meio vazio".

Costumo dizer que existem pelo menos três lados em uma história: o do fulano A, o do fulano B e a verdade. Aprende-se em Psicologia que a motivação é fruto de uma necessidade, de uma carência de algo, e que esse motivo é o evento gerador de uma ação. Quando reagimos a uma atitude de alguém, fazemos isso com base na nossa interpretação – subjetiva – daquele fato. Ora, como é muito difícil conhecer a real intenção de uma outra pessoa, tem início um círculo vicioso de relativização das coisas. Exemplificando: fulano A espera que o fulano B faça alguma coisa pra ele. Por distração, fulano B se esquece do que tinha que fazer. Automaticamente, fulano A passa a achar que fulano B não se importa tanto assim com ele e começa a tratá-lo de maneira diferente. Ou ainda, rotula o fulano B e passa a enxergá-lo como alguém irresponsável quando, na realidade, pode simplesmente ter acontecido um evento maior que o impediu de fazer o que estava combinado. Mas, certamente, toda essa subjetividade na interpretação fará surgir conceitos relativos sobre um e outro, e sobre a relação entre eles. E assim caminha a humanindade.

Isso sem levar em conta as atitudes que são movidas pelo inconsciente, prato cheio para os psicanalistas, aquela coisa: "fiz isso sem saber direito porque". Freud explica...rs

Ainda dentro do campo da Psicologia, no gestaltismo, o comportamento das pessoas é ainda mais relativizado. Uma vez que "uma parte não pode ser entendida fora do todo" e que cada grupo onde o indivíduo está inserido pode ser considerado uma gestalt, pense no fulano A e seus diversos grupos: no ambiente de trabalho com os pares e subalternos, no mesmo ambiente com os superiores, como filho, como pai/chefe de família, com os amigos no futebol. Em cada uma dessas gestalts podemos identificar um comportamento único e, portanto, relativo do indivíduo.

A verdade é e sempre será absoluta. Porém, não nos é dado conhecê-la em sua plenitude.

E disse Nietzsche: "as convicções são maiores inimigas das verdades que as mentiras".

1 comentários:

Priscilla disse...

Engraçado que ontem mesmo, voltando da faculdade, eu tava pensando em escrever sobre "lentes de leitura", que, de uma certa maneira você começou a tocar aqui. Vai entender essas coisa.

Quando tomar coragem e deixar a preguiça, coloco a minha versão sobre a tal da relatividade, incluindo a idéia acima.

Não sou a maior fã de psicologia. E menos ainda de Freud. Outro papo longo... Mas enfim.

Abraços, Priscilla

Meu blog: http://beadisciple.wordpress.com